ARTIGOS

Estagiário comanda debate na TV Record e faz bonito


Felipe Oliveira, primeiro da esquerda para direita, e sua equipe da produção


* por Felipe de Oliveira


Meu nome é Felipe de Oliveira, sou aluno do oitavo período de jornalismo, na Candido Mendes da Tijuca. Estou na Tv Record há mais de um ano e meio, já trabalhei lá em todos os jornais, na produção, coordenação, edição e atualmente estou na subchefia de reportagem.  Minha vontade sempre foi nesses quase dois anos ir trabalhar no esporte. E há quase dois meses consegui. Mas estando lá recebi um convite único. Fui convidado para participar da coordenação do Núcleo Especial das Eleições 2010, o nome é até bonito, mas não imaginava o que estaria por vir.
Aceitei, minha missão seria organizar e produzir as entrevistas com todos os candidatos ao senado, governo, orientar a cobertura diária e o debate com os candidatos ao governo do estado. Uma grande responsabilidade, mas um ótimo desafio. A primeira parte do meu trabalho era me reunir com os representantes dos candidatos e marcar as entrevistas. Já agendadas, tinha que descobrir todas as informações possíveis sobre os candidatos, partidos e montar as perguntas para a entrevista, juntamente com o repórter. As entrevistas foram um sucesso, tirando o fato de ter que chegar na emissora alguns dias por volta de 5 da manhã, foi tudo bem.
O principal desafio era realmente o debate. Nunca tinha trabalhado com política, e não tinha a menor ideia do que fazer. Tínhamos no grupo de eleições apenas uma pessoa que tinha experiência e nos ajudou muito. Marcamos a data, convidamos uma apresentadora de São Paulo, o estúdio estava ficando pronto, tudo estava se encaminhando. Até que o tempo que seria o debate mudou e tivemos que planejar o debate em blocos, organizar o tempo e como seria a ordem do debate. Não esquecendo do texto para a apresentadora, cada mudança de tempo ou de ordem no debate geraria uma nova mudança no texto do debate. A última versão do texto saí há 30 minutos antes do início.
No dia do evento todos os produtores se colocaram a postos e estavam lá para o que der e vier. Muitas pessoas não sabem qual o papel de um produtor e sua função, mas ele é a base de qualquer evento. O produtor tem múltiplas funções, ele pensa em tudo que pode dar errado, e já deixa soluções prontas, além de trabalhar em tudo, um pouco. Cheguei na segunda às 11 horas da manhã e saí do estúdio por volta de 3 da manhã. Cansado, exausto, mas  feliz. O debate foi um sucesso, considerado o melhor debate da rede. E terminado o debate, chega a notícia: “a diretoria de São Paulo já escolheu, o debate com os candidatos ao governo, vai ser no Rio de Janeiro.” Ou seja, mais trabalho. Mas isso é tema para uma outra vez...




Ser candidata, meu fracassado exercício de cidadania.

 * por Denise Homem




Em 2008 me lancei pré-candidata à vereadora do Rio de Janeiro pelo Partido Verde (PV), do qual era filiada desde 2005. Não que eu tivesse grandes pretensões de ser eleita, meu objetivo era ser mais conhecida na comunidade onde morava, abrir frentes de debates para implantar alguns projetos culturais na área e, lógico, fortalecer a legenda do PV que só consegue eleger sempre a mesma candidata... Porque será?

Mas, tudo o que eu sabia sobre as dificuldades de se candidatar no Brasil, não me preparou para o que eu enfrentei. Depois de cumprir, antecipadamente, todas as exigências para formalizar minha candidatura (reuniões para discutir plataforma, certidões negativas da polícia, da Receita Federal, documentos, foto, mais reuniões para conhecer os figurões dos partidos aliados...) meu registro de filiação partidária não foi enviado para o TRE onde meu título foi emitido e só fui notificada quando o prazo para o envio já havia expirado.
Passada a revolta pelo descaso e a sensação de abandono, comecei a refletir sobre os motivos de ter sido uma entre os poucos “barrados no baile”: além de minha campanha ser totalmente 0800, sou mulher, negra, nível superior incompleto, não sou ex-exilada, não sou ex-PT e não tenho nenhuma tragédia familiar midiática que justificasse minha candidatura. Traduzindo, não tinha o perfil desejado pelas elites eletivas do PV, embora ninguém tenha verbalizado isso para mim. Melhor seria o partido ir preparando os pré-candidatos em cursos e palestras internos ministrados todos os anos, não só nos eleitorais, formando uma base forte e próxima, possibilitando o surgimento de novas e espontâneas lideranças.

Participar integralmente de um pleito continua nos meus planos, só que desta vez em um partido no qual minha voz seja ouvida e levada em consideração. Sempre gostei de política e acredito que ser mulher pública é missão, escolha e vocação. Não quero continuar sendo representada por quem só conhece minha realidade de longe e só visita, descaradamente, as comunidades carentes de quatro em quatro ou, na pior das hipóteses para os eleitores, de dois em dois anos para beijar criancinha e sair bem na foto.

* Estudante do curso de Comunicação, campus Tijuca, e candidata à   candidata.



“Xeque Mate” no horário eleitoral gratuito

Propaganda eleitoral na TV não desperta interesse do eleitor.
                                                                                     
* Por Maíra Martins Barbosa

A ideia para esta matéria surgiu durante uma reunião de pauta. Fui para casa com a seguinte questão: por que os Brasileiros não assistem ao Horário Eleitoral Gratuito?   
Pesquisando no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o assunto, a lei número 9.504/97(no artigo 36, capítulo e parágrafo 2º),é mais fácil compreender o por que há espaço determinado para esta propaganda na televisão e no rádio,por que esta lei que regulamenta o horário eleitoral gratuito.O que motiva os brasileiros a dar pouco valor a chance que se tem de ver quem são os candidatos e que propostas eles tem?  

O funcionário da Petrobrás Pedro de Almeida Niemeyer afirma que assiste à propaganda eleitoral por falta de opção: - Assisto porque não tenho televisão a cabo. Mas acho ruim a qualidade deste espaço. Os programas não são interessantes. Além disso, fica um candidato acusando o outro – afirma Niemeyer.

 Já a estudante Ana Carolina Mendonça, de 18 anos e que vai votar pela primeira vez, afirma que assiste pouco à propaganda eleitoral na televisão e usa uma frase para marcar sua decisão: - Assisto pouco, não entendo muito de política. É tudo muito chato.

O mais curioso é que nenhuma das pessoas  entrevistadas revelou estar satisfeita ao assistir ao horário político. Qual seria a solução para este problema? Afinal, dia 3 de outubro é dia de votar, decidir quem representa as esferas de poder do Brasil.